O Brasil ocupa o terceiro lugar no ranking mundial dos países que mais usam as redes sociais. Ao considerar apenas as Américas, estamos no topo do pódio. Em dezembro de 2022, os brasileiros passaram 356 bilhões de minutos, 46 horas por pessoa, conectados, principalmente, ao YouTube, Facebook e Instagram. Os dados, do levantamento “Tendências de Social Media 2023”, apontam que os 131,5 milhões de usuários da internet passam cada vez mais tempo nesse tipo de plataforma. 

Para celebrar e reconhecer o impacto que as redes sociais exercem na forma como a sociedade se comunica globalmente, 30 de junho é marcado como o Dia da Mídia Social e, também, o Dia do Social Media, o profissional responsável pela gestão de perfis nas redes. A data foi comemorada pela primeira vez em 2010 pelo site britânico Mashable e, desde então, passou a ser replicada por vários países. 

Ainda na época da internet discada, a primeira rede social a surgir se chama Classmates e, desde dezembro de 1995, oferece acesso a anuários de estudantes de escolas localizadas nos Estados Unidos. A plataforma conta com perfis de membros e listas de amigos, o que a rendeu o posto de precursora do conceito. Entretanto, a primeira a usar o termo social network (em inglês, rede social) foi a Six Degrees, fundada em 1997 e que permitia que os usuários construíssem interações em texto, enviassem convites para amizade e até organizassem grupos. O site chegou a reunir 3,5 milhões de cadastros, mas o acesso à internet era restrito na década de 1990 e a Six Degrees não chegou a se popularizar como pretendido. 

No Brasil, o primeiro fenômeno no universo das redes sociais foi o Orkut, lançado em 2004. A rede era uma das mais populares durante os anos 2000 e chegou a ter 30 milhões de brasileiros registrados, a nacionalidade com maior quantidade de perfis. O Orkut foi líder no país até meados de 2011, quando começou a perder espaço para concorrentes como Facebook e Twitter. Em 2014, a plataforma encerrou suas atividades. 

Atualmente, a categoria on-line mais consumida pelos brasileiros é justamente a das redes sociais, que ultrapassa, por exemplo, “trabalho”, “varejo” e “serviços financeiros". Em termos de alcance, lideram, nesta ordem, YouTube, Facebook, Instagram, TikTok, Kwai e Twitter. Já em relação ao tempo gasto em cada aplicativo, o Instagram, destino de 14,44 horas das 46 mensais de cada internauta, é o campeão nacional. 

Ainda que também sejam fonte de preocupações, é fato que as redes sociais revolucionaram a maneira como as pessoas interagem e se comunicam com o mundo ao seu redor. A partir delas, passou a ser possível não apenas construir e manter relacionamentos, mas também compartilhar informações e criar oportunidades. E não apenas entre indivíduos. 

O Parlamento goiano está nas redes 

Em seu propósito de servir à população goiana, a Alego busca estar o mais próximo possível de onde o povo está. Por isso, mantém regularmente perfis no Facebook, Instagram e Twitter. O comando fica a cargo da Seção de Publicidade, Imagem e Identidade Corporativa (SPI), parte da Diretoria de Informação e Marketing.

O diretor da SPI, Vinícius Vilela, conta que as contas institucionais da Casa foram criadas em 2017 com o objetivo de serem mais um meio de comunicação entre a sociedade e o dia a dia do Parlamento goiano. Segundo ele, a atividade é pautada na cobertura em tempo real de todos eventos que acontecem na Casa e na geração de conteúdos informativos para que os seguidores entendam a importância do Legislativo.

“Considero que o principal papel das redes sociais é o de humanizar o trabalho no Legislativo goiano e mostrar a diversidade de trabalhos, sejam parlamentares ou administrativos, que acontecem aqui. Além, é claro, de informar sobre os projetos e leis que estão em trâmite”, opina Vilela.

A Assembleia Legislativa de Goiás está entre as cinco primeiras no ranking nacional elaborado pela organização Transparência Internacional Brasil. Em comunicação, métrica que avalia a presença das assembleias nas redes sociais e a existência de canais de comunicação com os cidadãos, a Alego recebeu nota máxima. 

Uma das três servidoras que atuam como social media pelo Parlamento goiano, a publicitária Marianne Mota revela que o trabalho é abrangente e envolve diferentes atividades, sempre tendo a transparência, informação e interação com o público como principais objetivos. Imagens e vídeos são usados como ferramentas para tornar o conteúdo mais atraente e, assim, estimular o envolvimento dos cidadãos nas movimentações políticas que afetam o estado. 

Para criar uma estratégia que vá além das curtidas e que seja, de fato, relevante para o povo goiano, Marianne ressalta a importância de conhecer bem o público-alvo e delimitar metas específicas alinhadas ao propósito das redes da Alego. “Exemplos podem ser aumentar o engajamento, promover a conscientização sobre a legislação e as atividades parlamentares ou fornecer informações relevantes sobre os serviços oferecidos”, cita. 

Além disso, lembra a social media, é importante estimular a relação com o público para estabelecer um diálogo significativo. “Buscamos transmitir informações de maneira acessível, dinâmica e atrativa”, afirma. 

A equipe de social media do Parlamento goiano é composta por mais duas servidoras, Maria Rita Rocha, também publicitária e Katy Godoi, jornalista. Para o trio, o grande desafio desses profissionais é conseguir capturar e manter o engajamento, adaptando-se às preferências do público, acompanhando as tendências, criando conteúdo visualmente atrativo e gerenciando possíveis crises de reputação. 

“Para alcançar o sucesso nas redes sociais da Casa, precisamos de pesquisa constante, análise de métricas, agilidade, criatividade e habilidades de gerenciamento de crises”, encerra Marianne. 

E os relatórios mensais de desempenho gerados pela SPI indicam que o esforço tem rendido bons resultados. O documento mais recente, de maio de 2023, destaca um salto em relação ao mês anterior de 155% no número de contas engajadas. No mesmo espaço de tempo, a quantidade de impressões cresceu 149% e, o alcance, 76,8%. 

Em maio, foram 2108 conteúdos produzidos para as três redes oficiais. O que se traduziu no ganho de mais seguidores: no Instagram, 701, Facebook, 82 e Twitter,13. Com alcance a 143.329 usuários, o post no Instagram sobre a aprovação da Medalha Pedro Ludovico Teixeira ao DJ e ativista goiano, Alok Achkar Peres Petrillo, foi o campeão de acessos no período. 

Parlamentares também marcam presença on-line

Todos os 41 parlamentares da 20ª Legislatura da Alego têm pelo menos um perfil em redes sociais. O deputado Gustavo Sebba (PSDB) defende a presença virtual como um meio eficaz de engajar e informar os eleitores acerca do trabalho legislativo, projetos em andamento e, acima de tudo, possibilitar a troca de opiniões. 

“Como representante político, reconheço que a presença nas redes sociais é de grande relevância para estabelecer um canal direto de acesso aos cidadãos. São eles que nos conferem o mandato como agentes políticos e nosso principal dever é servir à população”, detalha.

A publicitária Samla de Mesquita é uma das responsáveis pela gestão dos perfis de Sebba e classifica o trabalho como dinâmico, voltado para fortalecer a imagem do deputado e comunicar suas ações. 

“Nós buscamos uma comunicação acessível para o público-alvo e conforme o formato estratégico de cada plataforma. Além disso, é importante incentivar a interação com os seguidores e utilizar métricas de engajamento para avaliar e ajustar as estratégias conforme necessário”, explica.

Na avaliação de Samla, ao permitir uma comunicação direta e instantânea com a população, as redes sociais desempenham um papel fundamental na atuação de qualquer deputado.“Elas também permitem uma maior transparência e aproximação com os cidadãos, fortalecendo a relação entre o deputado e seu eleitorado”, finaliza.

Iniciativas da Casa

O surgimento de novas ferramentas sociais, apesar de positivas, apresenta seus desafios, por isso, o tema também é pautado em projetos de lei apresentados pelos deputados goianos. Um exemplo recente é a Lei nº 22.051/23, originalmente projeto nº 95/23, que institui o Dia da Internet Segura nas Escolas em Goiás. 

De autoria de Amilton Filho (MDB), a data, a ser celebrada anualmente no dia 27 de fevereiro, visa promover debates entre educadores, pais, responsáveis e estudantes a respeito dos perigos e armadilhas da internet. 

Na justificativa da propositura, o deputado destaca que tem como objetivos principais alertar sobre os desafios ou outras práticas divulgadas pelas redes sociais que coloquem em risco a vida, a segurança e a saúde das crianças e dos adolescentes. O texto ainda traz o alerta contra os golpes e o estímulo à discussão sobre crimes de pedofilia, pornografia digital, compartilhamento de imagens, abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes na internet e, também, chama a atenção sobre a exposição a conteúdos inapropriados. 

A prática dessa data comemorativa e, principalmente, reflexiva contará com uma série de atividades, como palestras sobre o tema, abordando temáticas diferentes a cada ano, podendo se espelhar nas políticas mundiais e internacionais sobre o assunto.